terça-feira, agosto 03, 2004

Who wants to live forever?
Ou Teoria Highlander


Incrível o que a memória (ou neste caso, a falta dela) é capaz de fazer. Um vizinho, de idade bem avançada, vez por outra bate à nossa porta e pensa estar em casa. Certa vez, se eu não estivesse a sua frente, ele entraria tranqüilamente porta adentro, como se em sua própria sala. Obviamente, após olhar bem para aquelas "pessoas estranhas", ele percebe que se enganou:

-Err... este não é o 204, né?

-Não, é o 304.

Olhando para aquele velhinho, fico pensando se quero viver tanto a ponto de esquecer onde moro. Adoro histórias de vampiros e quaisquer outras criaturas "imortais", mas me pergunto: poderia a mente humana agüentar viver por séculos, milênios, intocada pela loucura? Dificilmente. Meu vizinho tem 75 e já está assim! Sherlock Holmes disse, certa vez, que a mente é como uma despensa com paredes elásticas. Vamos colocando coisas importantes, ou pura tralha, e enchendo o tal quartinho. Entretanto, chega a hora em que as paredes não podem comportar mais informações. Pelo menos, não sem perder outras. Nesse ponto, começamos a esquecer. Do mesmo modo que entrou, a tralha, ou pior, algum detalhe importante de nossas vidas, começa a sumir. Branco total. Acho que alguém que pudesse viver indefinidamente, passaria o tempo todo "hibernando", em uma tentativa de não precisar testemunhar o sempre admirável mundo novo. Imagine o horror de alguém nascido, por exemplo, na Idade Média, onde o ápice da medicina era a famigerada "sangria", ao acordar um belo dia, no século XXI, e assistir pessoas transformadas, em um piscar de olhos, graças às técnicas da moderna cirurgia plástica utilizadas em algum "Extreme Makeover" da vida. E como ele veria bólidos correndo sem cavalos, pessoas conversando à distância através de "caixinhas mágicas" entre tantas outras coisas que fazem parte do nosso cotidiano? Será que, tal qual um morto-vivo de Anne Rice, pularia em uma grande fogueira, após uma eternidade de tédio, agonia e solidão? Pode ser. As amizades, os relacionamentos amorosos, tudo seria efêmero, passageiro. Você veria as pessoas que gosta nascendo e morrendo, ao longo dos anos. Não teria vínculo com nada, sempre estaria deslocado, sempre em ostracismo. Quer saber? Creio que a mente é finita porque o corpo é finito. Vivemos o quanto devemos viver. Vamos aproveitar enquanto estamos por aqui. É o que pretendo fazer, assim que me lembrar onde diabos está o dinheiro da pizza.



By Merlin




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Mulher, curiosa, criativa, crítica, questionadora, irônica, ética, nada easy-going.

E quero
Um emprego decente, uma viagem a Nova York, uma casa com quintal pra colocar meus cães.

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Já me chamaram de
Excêntrica, preconceituosa, patricinha, irreverente, impessoal, fria, amiga, amante, eclética, contraditória, consciência, presunçosa.

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