quarta-feira, maio 19, 2004

By Merlin
A cantada

Azarada, bate-papo, cantada; caô;, chegada, clima, conversa, dinâmica, encoxada, flerte, gentileza, homérica, igualdade, jogada, lero-lero, marcação, momento, namorada, naquela, ocupada, papo, paquera, quer-que-quer, rolar, sentimento, tesão, 171, visada, xaveco, zig-now.

Mesmo indo de A a Z, conhecendo tudo sobre o assunto, qual franco-atirador, "bon vivant" ou pegador, por melhor que seja, não passou pela seguinte situação:

-Oi. -diz, com aquele ar sedutor, quase um Bogart.

-Não. -a resposta, com um ar quase germânico safra 1940.

-Eu estava te olhando e pensei... (uma tentativa de manter o diálogo, o que se mostra catastrófica, como visto adiante)

-Você não me ouviu? NÃO. Se quer agradar uma mulher, sempre ouça o que ela diz.

-Mas aí eu desistiria.

-Exatamente.

-Com sua licença, Satã.

O quase Bogart busca a solidariedade dos amigos, na mesa.

-E aí? Agradou?- pergunta o Almeidinha.

-Nada, rapaz. A mulher é uma espécie de Hannibal Lecter. Fez um joguinho de palavras e me confundiu.

Há quem diga que "não existe mulher difícil, existe a mal cantada". Concordo, em parte. Vejo nosso idioma, a última flor do Lácio, como um potente, ainda que latente, afrodisíaco. Como diria meu tio David, um gênio das frases feitas, "um homem que domina o português não precisa nem de KY". Contudo, há uma observação a se fazer. Já me dei bem na noite mandando um papo "mais-ou-menos". Por outro lado, já fiquei a ver navios após ter lançado mão de uma lábia por demais engenhosa, que misturava Camões e Nelson Rodrigues. Encaremos os fatos: se ela permitiu que você se aproximasse tempo o suficiente para falar, é sinal que foi com a sua cara. E desde que o papo não seja um desastre completo, há boas chances de sair para o abraço, literalmente. Por mais que nosso orgulho custe a admitir, antes da cantada, é necessária aquela química, a troca de olhares, o aguardado sinal. E claro, quando se está numa casa noturna, restaurante ou outro lugar de iluminação e/ou ambiente não propícios para um contato visual mais detalhado, a coisa toda vai por água a baixo. A mulher não olha, não dá a menor condição, o cara então analisa a cintura e a bunda (a primeira precisa ser bem mais estreita que a segunda, este é um dos poucos requisitos para a escolha da parceira. Característica ancestral, mostra que o velho neandertal já sabia das coisas) e chega junto. O resultado é previsível. Um fora daqueles.


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Eu sou
Mulher, curiosa, criativa, crítica, questionadora, irônica, ética, nada easy-going.

E quero
Um emprego decente, uma viagem a Nova York, uma casa com quintal pra colocar meus cães.

Eu gosto
Música, Cinema, Teatro, Praia, Sexo, Montanha, Chocolate, Chantilly, Nutella, Morango, Amigos, Feriado, Festas, Brad Pitt, Cães, Viagens, Camarão, Carinho, Beijo na boca (não necessariamente nessa ordem).

Já me chamaram de
Excêntrica, preconceituosa, patricinha, irreverente, impessoal, fria, amiga, amante, eclética, contraditória, consciência, presunçosa.

Eu vejo
O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain
Vida de Inseto
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Toy Story
Brumas de Avalon
Era do Gelo
Threesome
Amnésia
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Pulp Fiction
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Perfume de Mulher
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Seven
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Eu ouço
Madonna, Paralamas, Skank, Marisa Monte, U2, Dire Straights, Rita Lee, Marina Lima, Cranberries, Simply Red, The Smith, Sade, Titãs, The Police, Queen.
Eu leio
Eu li, tudo no passado remoto, bem distante.
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