terça-feira, abril 27, 2004

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E eis que a praia rendeu conversas sérias. Afinal, como é possível a mulher por quem se apaixonou agora estar lá, passando filtro solar em outro? O clima fechou, e uma troca de deixa-eu-te-dizer-como-me-sinto-diante-disso se fazia deveras necessária.
Sentaram-se, cada um em uma poltrona, um de frente ao outro. Ele começou, de forma lenta, como já era de costume, rodeando o assunto, quase como uma preliminar. Foi chegando de mansinho, explicando seu jeito, dando justificativas, olhando o vazio, talvez sem coragem de encarar o olhar dela de frente. E aquela cena foi-se tornando linda, e as palavras que saíam de sua boca já não eram mais ouvidas por ela, tamanha a beleza plástica que se fazia presente. Já hipnotizada, ela trouxe a máquina fotográfica. E enquanto ele falava de si, aproveitou para registrar cada olhar ao vazio, cada gesto suave, cada momento intenso. Ali, soube-se apaixonada. E mais palavras não foram necessárias.


Ps: Sei que estou afastada desse meu cantinho, mas ainda choro a dor da perda. Me mantenho reclusa, mas venho sempre por aqui. Prometo para essa semana ainda responder a um email que me foi enviado no melhor estilo "divã de Nova". Aguardem!