segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Salvador...
Ô, terrinha boa!!! Confesso que ganhou lugar especial no meu coração, quase tão especial quanto o Rio. Pra uma primeira vez, não foi nada mal, viu?
Povo acolhedor, com a libido à flor da pele (nem em São Paulo fui tão cantada como em Salvador), sempre disposto a ajudar, principalmente se te reconhecem como turista. Com minha pele quase transparente e meu sotaque inconfundível, quem haveria de não perceber? Mesmo assim, a comunicação mais próxima com os baianos ficou pra mim como um mito, daqueles de que se ouve falar mas não se sabe muito bem se existe. Com 6 dias de viagem, fui conhecer a primeira pessoa, e não era um "nativo". Era turista, de terras bem distantes, por sinal. Simpático ao extremo, garantiu a noite pela boa conversa. Só vim mesmo a usufruir da encantadora amabilidade baiana ao conversar com um tatuador, faltando poucas horas pra embarcar de volta. Ele sozinho foi capaz de tirar a idéia que eu tinha até o momento sobre um certo distanciamento que o baiano impõe a quem vem de fora. Ledo engano. Talvez eu que me encontrava fechada.
Cidade bem segura, nos pontos turísticos, ao menos, praias belíssimas, cheias de segunda a segunda, e opções noturnas pra todos os gostos. Bares, restaurantes, quiosques. Fui a tudo, menos a boate. Optei mais por programas diurnos, e bater perna virou minha rotina diária. Incrivelmente, as 3 mulheres passaram longe dos shoppings.
Culinária baiana merece um capítulo à parte. Sei que sou fã da moqueca capixaba, mas a baiana tem um sabor mais forte, marcante. O leite de coco dá o toque especial. Do acarajé, nem preciso falar - apenas que é o melhor regulador intestinal de que já tomei conhecimento: basta um para se garantir a semana inteira, sem stress. Mas descobri novas maneiras de se comer beiju, feito na hora e com recheio, salgado ou doce, como um pastel aberto. Altamente recomendado. Queijo de coalho na chapa é tradição do nordeste, mas experimentei um queijo de coalho de búfala que me surpreendeu. Tudo à beira da praia, com sol radiante, brisa pra refrescar e mar de um verde azulado difícil de se acreditar. Paraíso? Se não for, deveria, viu?
O centro histórico merece a atenção dispensada por todos os turistas da cidade. Muito parecido com as cidades históricas de Minas Gerais, tudo impecável, conservado, e montes de guias prontos para tirar sua dúvida, em troca de gorjeta, claro. Mercado Modelo, Elevador Lacerda, Praça da Sé, Praça Castro Alves, Pelourinho, Mont Serrat, e tantos outros lugares, por onde passam os trios do carnaval mais famoso do Brasil. As baianas se aproveitam de quem porta câmeras fotográficas para tirarem o seu, e posam principalmente ao lado dos gringos, que saem de lá com um sorriso de orelha a orelha.
Enfim, uma viagem que vai ficar guardada pra sempre, até mesmo pelas fotos tiradas e pelas vistas maravilhosas.



Ps: Márcia, eu não esqueci de você, não, viu? Apenas Salvador tomou tanto da minha atenção que só tive tempo de andar, e andar, e andar, e andar...
Ps2: e hoje é dia de festa por lá, pois é dia de Iemanjá.